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quinta-feira, 15 de junho de 2017

O cartógrafo guaipurino

Todos conhecem o amor das crianças de Guaipur pela arte da marinharia. As praias, enseadas e recortes do litoral deste reino testemunham inúmeras de suas aventuras navais. Em Guaipur, as crianças aprendem a manejar uma vela antes mesmo de saber amarrar os sapatos (mas quando o fazem, usam pelo menos 20 nós diferentes!). Algumas excelem em suas habilidades e tornam-se conhecidos em todo o mundo.

Um desses foi Fernã de Doiro, conhecido como o grande cartógrafo guaipurino, embora seja tamatisco de nascimento. Desde muito jovem, Fernã fazia fama desenhando belíssimos mapas ou metendo-se em confusões. Sua habilidade chegou ao conhecimento do príncipe Talas, que reinava sobre Guaipur à época. Certa vez, ocorreu de Fernã ter-se envolvido em uma briga intensa na cidade em que vivia, Médana, no norte tamatisco. Perseguido pelos garotos contra os quais pelejara, Fernã refugiou-se no leste de Guaipur. Talas soube do incidente e convidou-o para ir à Uríano. Não demorou para que o contratasse como cartógrafo da corte.

Enquanto viveu no mundo das crianças, Fernã produziu vários belos mapas para o príncipe guaipurino, que celebram a expansão marítima de Guaipur. Um desses mapas pode ser visto abaixo. O original encontra-se emoldurado no palácio dos príncipes guaipurinos em Uríano.

Mapa do Mundo das Crianças e dos Que se Foram, confeccionado
por Fernã de Doiro, a pedido do príncipe Talas de Guaipur.

Dizem que, após atravessar o rio das Lágrimas, Fernã aperfeiçoou sua arte e continuou a produzir mapas cada vez mais belos para regentes do mundo dos que se foram. Mas ele não pôde se livrar de um vício genuinamente guaipurino: seus mapas detalham minuciosamente a costa e os oceanos, e deixam o interior para a imaginação dos interioranos...

Costa da África e da Guiné até à ilha de São Tomé, por Fernão
Vaz Dourado (1571), que serviu de inspiração para o mapa e esta estorieta.

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