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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Mapa de O Rei Adulto na versão Saderan

Há alguns dias postei uma tradução para português & Gimp do tutorial Saderan. É um estilo excelente para mapas que busquem detalhar tanto o oceano quanto massas de terra. Já o tinha usado antes para cartografar o Arquipélago dos Corsários

Desta vez, aproveitei a semana do Carnaval para testá-lo num mapa de dimensões maiores e com pouca área do oceano.


O resultado ficou bonito, embora eu esperasse um mapa com aspecto mais limpo. O tutorial Saderan está ajustado para mapas de dimensões menores (512 X 512 pixels). Este usa 3880 X 3140 pixels. Essa mudança de escala criou muitos problemas, a começar pelo gerenciamento da memória do meu notebook (HP Pavillion com 4 GB de RAM). O arquivo final tinha 777,8 MB, consumindo uma parte enorme da memória RAM! Nos últimos passos da arte, não conseguia nem mesmo desfazer eventuais erros com CTRL-Z, porque não havia memória para guardar o histórico de etapas anteriores.

Outro problema surgiu dos parâmetros a usar nas configurações dos filtros destinados a criar o relevo: os valores recomendados no tutorial não parecem se adequar muito ao caso de mapas grandes. Porém, com tantos problemas de RAM, não me senti disposto a testar outros parâmetros, pois cada filtro demorava de 5 a 10 minutos para ser aplicado; desfazer uma etapa errada ou salvar o arquivo, entre cada etapas, levava tanto tempo quanto. Foi um pesadelo. Suponho que um computador com maior RAM não teria problemas assim.

Por fim, o tutorial Saderan não dá dicas de como incluir pântanos. Improvisei de algum jeito, já que todas as Terras Fantasmais são pântanos, mas não gostei muito do resultado. Provavelmente tentarei refazê-lo no futuro, quando tiver 16 GB ou mais de RAM.

O mapa acima com resolução total pode ser visto aqui e comparado com sua versão no estilo Gidde.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Tutorial Saderan para cartografia, no GIMP e em português

Aprenda a fazer mapas como este no Gimp!



O tutorial Saderan para cartografia de mundos imaginários foi criado pelo usuário Tear do Cartographer's Guild para uso em Photoshop 7+. Usei-o para criar o mapa do Arquipélago dos Corsários, que postei há alguns dias.

A adaptação desse tutorial ao Gimp não é tão simples e muitos usuários do fórum Cartographer's Guild relatam problemas em seguir as instruções. Nesta postagem apresento os passos que usei para reproduzir aproximadamente os passos de Tear no Gimp.

O que você precisa?

  • Gimp 2.8+ instalado no computador
  • plugin Layer Effects para Gimp, versão Python, devidamente instalado
  • plugin Palette Knife para Gimp, devidamente instalado
  • uma wacom tablet (de preferência, a não ser que tenha habilidade para desenhar com o mouse)
  • algumas imagens de textura, que serão indicadas nos respectivos passos.
Experiência prévia com o Gimp é essencial para seguir esse tutorial. Embora pareça inamistoso à primeira vista, o Gimp possui recursos fascinantes que podem ser aprendidos aos poucos, à medida que é usado em aplicações práticas. Há tutoriais na rede que ensinam o beabá necessário para seguir em frente.

Como o tutorial é muito longo para uma postagem no blog, coloquei-o num arquivo pdf. Baixe-o e divirta-se!
 
Tutorial Saderan em português para GIMP

Nota: em 25/02/2017, notei alguns erros nas quatro últimas páginas do tutorial. Se você baixou-o antes disso, pode querer baixá-lo novamente. O link acima já aponta para o tutorial corrigido.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Assombrações por toda parte

Finalizei nesta semana duas novas ilustrações de capítulos, correspondentes aos de número 11 e 12, situados aproximadamente na metade do volume 1 de O Rei Adulto.

Segue abaixo uma descrição de como as composições foram feitas e os créditos correspondentes de cada imagem usada.

O casarão em Lampur


Em Lampur, os viajantes descobrem que a cidade está em pânico devido a relatos sobre usuários de plantas de imaginar que se escondem num casarão abandonado. O prefeito decide liderar uma marcha para expulsar do local quem quer que lá esteja. Ao chegar à clareira diante do casarão, um surto de heroísmo o impele a correr à frente de todos, expondo-o ao ataque duma torta de glacê melequento que lhe arremessam da janela.



Para essa composição, usei apenas três imagens:
Nesta composição, o casarão requereu mais atenção. Usei apenas parte da imagem original e mudei a perspectiva, para que fosse visto inclinado. Depois mudei a curva característica de intensidades para escurecê-lo e subexpus feixes cônicos no telhado e fachada para simular os feixes de luz que se vê na floresta (na outra imagem). Por fim, colori as janelas para simular a presença de archotes acesos no interior do casarão. Para o prefeito, usei apenas o rosto do menino; todo o resto é pintura digital -- estou melhorando nisso com o tempo...

O Fantasma do Duque-Menino de Valindo


Em Valindo há ruínas duma construção impressionante, que foi erguida para ser o maior castelo de todo o mundo em todos os tempos. Sua construção foi planejada pelo duque de Valindo e consumiu toda sua infância. Obcecado por seus planos, tornou-se incapaz de brincar e acabou adoecendo. Faleceu muito jovem. A lenda diz que se tornou um fantasma e agora tenta buscar fazer amizade com as poucas crianças que por lá se aventuram, mas todos fogem assustados.



Para essa composição, usei novamente apenas três imagens:
A maravilhosa foto de Juanita de Paola deu o tom à cena. Adicionei os chapéus às meninas para caracterizá-las como crianças num mundo de fantasia. O fantasma lembra uma criança fantasiada e me pareceu bem apropriado para representar o fantasma do duque-menino. Apliquei nele um filtro Outer Glow para criar o espectro, e deixei-o semitransparente. Quanto à imagem de fundo, subexpus as áreas iluminadas pelo sol, para que parecessem estar à mesma meia-luz, e  fiz o reflexo da luz do espectro no portão de entrada.

As imagens citadas acima foram distribuídas pelas licenças CC0.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O Arquipélago dos Corsários

A oeste de Guaipur, encontra-se um arquipélago composto por sete grandes ilhas e nove ilhotas. Chama-se Arquipelago dos Corsários, devido ao grande número de piratas mirins que lá vivem.



Lá também há crianças leais à corte em Guaipur. O próprio arquipélago compõe uma província guaipurina chamada Corsários, com capital em Yacre, na Ilha da Hidra. Em tese, os príncipes guaipurinos poderiam dar cabo da pirataria sem muito esforço, graças à força bélica de sua extensa frota. Mas, que graça isso teria? No Mundo das Crianças, ninguém gosta de ser o estraga-prazeres que impede a brincadeira.

A maior das ilhas se chama Ilha do Corsário, no singular mesmo, pois lá viveu há muito tempo um velho pirata rabugento, cujos netos e sobrinhos-netos formaram o primeiro bando de foras-da-lei ultramarinos, tão famosos e intrépidos, que atraíram diversas crianças para sua tripulação. Ao menos, é o que reza a lenda.

As demais ilhas são a da Hidra, onde fica o palácio do governador provincial e o monstro que a batiza; dos Dois Picos; da Sereia Muda; Sombria; do Tesouro; e do Pedro Pão. A Ilha do Tesouro é, de longe, a mais famosa de todas. Diversos mapas chegam a mostrar onde aproximadamente se encontra enterrado o famoso tesouro do Pirata da Perna de Pau, outro velho que por lá navegou em eras remotas. Várias buscas tentaram desenterrá-lo, sem sucesso. Os próprios habitantes do local riem de tantos caçadores de tesouro que lá vão, pois creem que o local marcado nos mapas é meramente um blefe para ocultar o real esconderijo.

Há histórias antigas de que muitos outros arquipélagos possam existir mais a oeste. Ao menos, quando o lendário Fides migrou em busca do pó das estrelas, seguiu naquela direção e deparou-se com muitas terras. Algumas expedições já tentaram encontrá-las, mas não sabemos se tiveram sucesso, pois os príncipes guaipurinos querem evitar o interesse e concorrência de outros reinos em atividades marítimas.

Se você quiser visitar o arquipélago, o modo mais simples e seguro é tomar um barco em Rute, o porto mais a oeste da Serra da Neblina. De lá partem diariamente várias embarcações para Yacre e Jamesvila. Mas tome cuidado com quem negociar sua passagem: pode acabar recrutado para um barco pirata sem se dar conta.




Este foi o primeiro mapa que fiz do arquipélago. Ele foi introduzido em meus mapas em torno de 1993, mas nunca tinha sido detalhado, posto que não figura como cenário de nenhuma história ou apêndice de O Rei Adulto. A forma exata do arquipélago foi estabelecida apenas num mapa de 1997, mostrado ao lado.

Decidi detalhar agora o arquipélago para testar o tutorial Saderan para mapas de fantasia. Este tutorial apresenta um interessante tratamento para costas e relevo, tanto marinho quanto terrestre, que me pareceu ideal para uma região cheia de ilhas. Além disso, como todo autor de Fantasia já deve ter experimentado, o ato de cartografar uma região descortina possibilidades à criatividade e fomenta novas histórias.